sexta-feira, 10 de junho de 2011

GLEISI ASSUME A CASA CIVIL COM A MISSÃO DE COLOCAR A ECONOMIA NOS EIXOS

Gleisi, a voz de Dilma...


A nova ministra-chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann, recebe da presidente Dilma Rousseff a missão de recolocar os programas econômicos nos eixos e deixar a crise Palocci para trás

Por Denize Bacoccina, Guilherme Queiroz e Tatiana Bautzer

Foi uma cerimônia tipicamente política. Mas a posse da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na quarta-feira 8, teve um caráter eminentemente econômico. A presidente Dilma Rousseff deixou isso bem claro ao encerrar três semanas de crise em Brasília e demitir o ministro Antônio Palocci depois que denúncias sobre seu rápido enriquecimento no final do ano passado não foram devidamente esclarecidas. O recado: “Prepare-se, minha cara ministra, para os compromissos ousados assumidos pelo governo, como o de manter a economia em crescimento, o controle da inflação e a rigidez fiscal.”

Senadora em primeiro mandato pelo PT do Paraná e esposa do titular das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi ouviu ainda o apelo de reforçar a meta de criar mais empregos, investir pesadamente em educação, fortalecer a classe média e distribuir renda. “Temos promessas e vamos cumpri-las”, afirmou a presidente. Diante da equipe de governo, de políticos aliados no Congresso e de empresários, nascia, naquele instante, a “Dilma da Dilma”.

Gleisi, aos 45 anos de idade, é a nova coordenadora dos principais projetos do atual governo, tal qual a presidente fora durante o governo Lula, na mesma pasta. É bela e ganhou reputação de fera no Senado ao defender o governo com vigor nos últimos seis meses. Ela não tem medo de se sentar na cadeira que já foi de José Dirceu, Erenice Guerra e Palocci, todos defenestrados em meio a escândalos. “Não há maldição na Casa Civil”, afirmou a ministra antes de tomar posse. “Estou aqui para fazer a coordenação, a gestão e o controle dos programas de governo distribuídos pelos diversos ministérios”, resumiu.

A troca de comando na Casa Civil – que filtra a agenda da presidente – recupera a ação num governo que havia sido paralisado pela crise que envolveu Palocci. Um indicador é a nova fase da política de desenvolvimento produtivo, que ainda depende do aval da presidente Dilma para arbitrar as negociações entre os ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda para a redução de impostos. Nos últimos 40 dias, primeiro com a pneumonia de Dilma e depois com a crise de Palocci, o assunto ficou parado.

Agora, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, acha que vai conseguir agendar uma reunião com a presidente e os demais titulares dos ministérios envolvidos na elaboração da política (Fazenda e Ciência e Tecnologia). A ideia é lançar o plano, que tem 52 itens e inclui de desonerações para investimentos a incentivos a exportações, no início de julho. “Como a presidente gosta de participar também da formulação das políticas, vamos marcar as reuniões finais e concluir o plano”, contou à DINHEIRO o ministro Fernando Pimentel.

Um dos planos do ministro é zerar os impostos sobre bens de capital, tanto nacionais quanto importados, para incentivar a indústria brasileira a modernizar o seu parque industrial. “Com este câmbio favorável ao comprador vamos dar um choque de competitividade na indústria brasileira”, diz Pimentel. Em um momento em que a economia desacelera e os investimentos avançam para aproveitar a nova demografia favorável ao País (confira infográfico), ele deve ser um dos primeiros a bater na porta de Gleisi na Casa Civil.

Resgatar o humor positivo do início do governo Dilma junto ao empresariado é uma das novas missões da sucessora de Palocci. Este tinha um trânsito excelente com o setor privado e era visto como uma voz ponderada no Planalto, um aliado contra as tendências de maior intervenção estatal na economia. E agora, como fica com Gleisi? De um modo geral, os empresários ouvidos pela DINHEIRO esperam maior agilidade da Casa Civil, mas não apostam ainda em velocidade de cruzeiro. Muitos reclamam da letargia nas obras do PAC e do estilo centralizador de Dilma.

FONTE: SITE ISTOEDINHEIRO

Nenhum comentário:

Postar um comentário